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A busca eterna por um bom livro

07/03/2011

Encontrar um bom livro nos dias de hoje é uma tarefa árdua. Nas livrarias, nos supermercados ou nas lojas onde há de tudo, dificilmente encontro aquele livro, aquele que me faz suspirar, aquele que me tira noites de sono por não o ter na prateleira, aquele que gosto.

Não me acontece isto por ser uma eterna miserável e desgraçada que não sabe o que fazer com a vida que lhe foi dada, mas sim porque as editoras vivem das modas (e talvez dos clássicos, ainda que em menos escala).

E, pessoa acostumada aos bons velhos tempos como sou, custa-me engolir estas novas modas, em que todos acabam felizes para sempre (são, portanto, ilusões de felicidade eterna) e em que vampiros querem amor em vez de sangue. O Bram Stoker deve estar a dar voltas no seu túmulo…

A culpa, como sempre, provavelmente é minha. Ninguém, em todos estes anos de existência, me obrigou a gostar de realismo ou da literatura do século XIX em geral. Ninguém me disse para admirar Robert Louis Stevenson. Ninguém me pediu para querer mais livros de Frans Eemil Sillanpaa, e etc., etc.

Não culpo as editoras. Primeiro, porque gosto de fazer-me de vítima e culpar-me a mim mesma. Segundo, porque quando ninguém lê, o que se quer é editar livros que vendam, quer sejam bons, maus ou ainda mesmo intragáveis. Confesso, eu faria exactamente a mesma coisa: para além de sobreviver, gosto de ter os meus luxos (como ler um bom livro)…

Até os espaços nas livrarias estão confinados a isso. Três quartos duma livraria são para as modas, um oitavo para literatura especializada (História, Psicologia, etc.) e o oitavo que sobra é para tudo o resto: clássicos (os poucos que houver), literatura portuguesa, os mais recentes Prémios Nobel, livros infantis e a lista continua.

Interrogo-me: porque razão haveria de não ser assim? Eu é que tenho que me arranjar com estes meus gostos “esquisitos e anormais”… Onde já se viu, uma jovem da minha idade gostar de ler Somerset Maugham?!

Existem várias soluções para encontrar um bom livro. São ideias úteis mas que despendem muita paciência e tempo e algumas delas não dependem de nossa vontade: a Feira do Livro, alfarrabistas, colecções, edições especiais, encomendas demoradas e caras, a bendita internet, leilões, roubar um livro na residência de um casal intelectual de idosos...

Esta busca é, realmente, eterna.

*Imagem retirada deste site.
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