La venus del espejo, de Velázquez (que é a capa do livro). Imagem encontrada aqui. |
Poderá ser uma boa ideia conhecer um autor através dos seus contos, simplesmente porque se não gostarmos do que estamos a ler, é escusado sentirmo-nos na obrigação de ler as centenas de páginas que estão em falta.
O autor poderá não fazer o mesmo tipo de histórias que faz nos romances, as personagens-tipo poderão ser diferentes, mas acredito que o estilo seja sempre o mesmo. E, para quem dá uma grande importância ao como se escreve, conhecer o estilo é essencial – quer seja através de contos ou de romances.
Esta antologia, chamemos-lhe assim, de contos de Guy de Maupassant, foi organizada e traduzida por Pedro Tamen que, é preciso reconhecê-lo, fez um grande serviço público. Na sinopse do livro está escrito que “esta recolha procura dar a conhecer aos leitores portugueses a maravilha que é a prosa deste grande escritor do século XIX”. É preciso haver indivíduos com este tipo de boa vontade que ponham as pessoas a ler alguma coisa de jeito (perdoem-me a presunção, mas tenho em crer que a literatura do século XIX é óptima).
Os 42 contos presentes neste livro estão divididos em 3 grupos, sendo eles “Contos mundanos, amorosos, eróticos e galantes”, “Contos inquietantes, de horror e de mistério” e “Contos exemplares”.
Do primeiro grupo fazem parte:
- A casa Tellier
- Uma aventura parisiense
- A ferrugem
- Uma artimanha
- O testamento
- A minha mulher
- Velhacaria
- Uma viúva
- Yveline Samoris
- Os tamancos
- As jóias
- Em viagem
- À beira da cama
- Condecorado!
- Um sábio
- Châli
- O gancho de cabelo
- Salva
- O sinal
- Na mata
- A morta
- A baronesa
- Os alfinetes
- As tumulares
Dos Contos inquietantes..., constam:
- Um drama verdadeiro
- Um parricídio
- O medo
- Aparição
- O órfão
- Denis
- Uma «vendetta»
- A mão
- O quarto 11
Dos Contos exemplares fazem parte:
- Bola de Sebo
- Uma ida ao campo
- Numa noite de Primavera
- História de um cão
- Miss Harriet
- Nostalgia
- O colar
- A felicidade
- Alexandre
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A escrita de Guy de Maupassant é, fazendo uso das palavras da sinopse, maravilhosa. É uma escrita fluída, coloquial, descritiva, por vezes irónica e com uma pitada de humor, narrando as histórias com “naturalidade e precisão”. Nas palavras de Pedro Tamen, “a Maupassant basta uma simples frase para nos descrever uma paisagem, nos traçar um retrato ou criar uma atmosfera dramática. É um clássico intemporal que, sob uma aparente (e enganadora!) leveza, transporta o leitor para as inescrutáveis e complexas profundidades do coração humano”.
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