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Oliver Twist: resumos dos capítulos VII e VIII

26/09/2012

*Resumos dos capítulos I, II e III aqui.
*Resumos dos capítulos IV, V e VI aqui.

Os resumos que se seguem contêm spoilers.

Oliver Twist e o marco quilométrico - imagem retirada de um filme de 2005 (de Roman Polanski).
No livro, Oliver senta-se à beira do marco e não em cima dele. Imagem daqui.


Capítulo VII

Deduz-se, claramente, que tanto Noah como a sua ama e respectiva criada queriam fazer a folha a Oliver. Uma vez junto do Sr. Bumble, Noah avisou que Oliver teria tentado assassinar, não só ele, como também Charlotte e a Sr.ª Sowerberry – e apenas não tentou matar o cangalheiro porque, naquele momento, este não se encontrava em casa.

O Sr. Bumble foi chamado para açoitar Oliver, o que não chegou a fazer, pois enquanto dava o seu sermão à Sr.ª Sowerberry, aludindo às possíveis razões de Oliver ter ficado naquele estado (sendo a principal ter comido carne), regressava a casa o Sr. Sowerberry, que ficou a corrente do caso.

O cangalheiro tratou de açoitar Oliver, mais por pressão da mulher que chorava do que por vontade própria, pois para além de ouvir as razões de Oliver, “sentia boa vontade com o rapaz”.

Só quando ficou sozinho no silêncio e na quietude da sinistra oficina do cangalheiro é que Oliver deu escape aos sentimentos que o tratamento recebido naquele dia não poderiam deixar de ter despertado numa simples criança. Ouvira todas as provocações com uma expressão de desprezo e suportara as chicotadas sem chorar, pois sentira crescer-lhe no coração aquele género de orgulho que impediria de soltar um grito, sequer, mesmo que o queimassem vivo. Mas naquele momento, sem ninguém que o visse ou ouvisse, caiu de joelhos no chão e, com o rosto oculto nas mãos, verteu aquelas lágrimas que, mandadas por Deus para crédito da nossa natureza, poucas pessoas com tão pouca idade terão tido motivos para verter diante d’Ele!

 Oliver, perante esta situação, decide fugir. Abre cautelosamente a porta e apenas vê a noite escura e fria; aproveita a pouca chama da vela para fazer a sua trouxinha e senta-se num banco à espera do amanhecer.

Assim que os primeiros alvores se infiltraram pelas fendas dos taipais, Oliver levantou-se e voltou a destrancar a porta. Um tímido olhar em seu redor, um momento de pausa e hesitação... e fechou atrás de si e encontrou-se na rua.

Naturalmente, o rapaz não sabia para onde fugir, pelo que segue o caminho de umas carroças que viu: foi dar ao caminho por onde o Sr. Bumble o levara (para a casa do cangalheiro) e acabou por encontrar Dick, o seu companheiro de pancadaria (por assim dizer).

- Não deves dizer que me viste, Dick. Vou fugir. Eles batem-me e maltratam-me e eu vou tentar a sorte em qualquer lado, muito longe. Não sei onde. Estás tão pálido!
- Ouvi o médico dizer-lhes que estou a morrer – respondeu Dick, a sorrir ao de leve. – Estou muito contente por te ver, amigo. Mas não pares, não pares!
- Paro, sim, para me despedir de ti – respondeu-lhe Oliver. – Voltarei a ver-te, Dick, sei que voltarei. Hás-de ficar bom e ser feliz!
- Assim o espero, mas depois de morrer e não antes. Sei que o médico deve ter razão, Oliver, porque sonho tanto com o Céu e os Anjos e com os rostos bondosos que nunca vejo quando estou acordado. Beija-me – pediu o garoto, a empoleirar-se na cancela baixa e a passar os bracinhos pelo pescoço de Oliver. – Adeus, querido amigo, Deus te abençoe.
A bênção saíra dos lábios de uma criança, mas era a primeira que Oliver já ouvira dirigirem-lhe. E, através de todas as lutas, sofrimentos, complicações e mudanças da sua vida posterior, nem uma vez a esqueceu.


Capítulo VIII

Oliver chegou aos degraus em que o carreiro terminava e alcançou de novo a estrada principal. Eram oito horas da manhã. Embora já se tivesse afastado quase 8 km da cidade, foi correndo e escondendo-se atrás das sebes, sucessivamente, até ao meio-dia, com receio de ser perseguido e alcançado. Depois sentou-se a descansar ao lado de um marco quilométrico e, pela primeira vez, começou a pensar para onde seria melhor ir e tentar viver.

O marco assinalava que, daquele ponto a Londres, faltavam 112km – distância que Oliver se decidiu a percorrer: era uma grande cidade, ninguém o imaginaria ou o encontraria lá. Apenas levava consigo, na sua trouxa, uma camisa lavada, dois pares de meias, um pão e um dinheiro – objectos que, realmente, de nada lhe valiam naquela situação. Passou uma semana de provação e, com os pés sangrentos, chegou a Barnet.

O sol subia em toda a sua esplêndida beleza, mas a luz serviu apenas para mostrar ao rapa a sua solidão e desolação, quando se sentou no degrau frio de uma porta, com os pés a sangrar e coberto de poeira.

É aqui que Oliver encontra o Trapaceiro, ou Jack Dawkins, que logo se interessou pelo rapaz. O trapaceiro ofereceu-lhe uma refeição e um sítio onde dormir, em Londres, em casa de um “respeitável cavaleiro idoso” – mal imaginava Oliver para onde iria...

A inesperada oferta de abrigo era tão tentadora que seria impossível resistir-lhe, tanto mais que se lhe seguiu imediatamente a garantia de que o idoso cavaleiro já referido arranjaria com certeza um lugar confortável para Oliver, sem perda de tempo.

Chegados a Londres, Oliver foi apresentado a Fagin, que a estava a “escolher os lenços (...) um judeu muito velho e enrugado, cujo rosto repulsivo e de aspecto vil estava obscurecido por uma quantidade de emaranhado cabelo ruivo.”, em cuja casa (situada perto de Field Lane) “viam-se diversas camas toscas, feitas de sacas velhas(...)”

Feitas as devidas apresentações, Oliver sentou-se à mesa a jantar com os seus novos companheiros, indo depois dormir na cama que lhe foi destinada.
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