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Oliver Twist: resumos dos capítulos IV, V e VI

17/09/2012

*Vejam os resumos dos capítulos anteriores aqui.
*Estes resumos contêm spoilers.

 Ilustração de George Cruikshank, que representa Oliver a descarregar 
a sua fúria em Noah. Imagem daqui.


Capítulo IV

Perante esta situação, a junta considera a hipótese “de embarcar Oliver Twist nalgum pequeno barco mercante que seguisse para qualquer bom e insalubre porto, o que parecia a melhor coisa que se lhe podia fazer: segundo todas as probabilidades, o comandante matá-lo-ia(...)” – hipótese essa que quase foi posta em prática, não fosse outro acaso.

Quando o Sr. Bumble regressava da sua missão de averiguar marinheiros e navios, encontrou o Sr. Sowerberry, cangalheiro da paróquia, à porta do asilo. Puseram-se a conversar e conversa leva a conversa, quando o Sr. Bumble perguntou ao cangalheiro se não precisava de nenhum rapaz para fazer qualquer serviço.

O Sr. Sowerberry respondeu, com ânimo, que estava ali precisamente por aquele motivo e, sendo assim, o negócio foi fechado.
O Sr. Bumble agarrou num braço do cangalheiro e conduziu-o para o interior do edifício. O Sr. Sowerberry esteve cinco minutos fechados com a junta e ficou combinado que Oliver iria com ele essa noite, «à experiência» - expressão que significava, no caso de um aprendiz da paróquia, que se um mestre verificava, durante um breve período, que conseguia arrancar suficiente trabalho a um rapaz sem ter de lhe dar muito de comer, podia ficar com ele durante determinado número de anos e fazer dele o que lhe apetecesse.
Quando, nessa tarde, levaram Oliver à presença dos «cavalheiros», os quais o informaram de que, nessa noite, iria para casa de um fabricante de caixões como moço para todo serviço, e de que, se se queixasse da sua situação ou voltasse a aparecer no asilo o mandariam para o mar, onde o afogariam ou lhe dariam uma pancada na cabeça, conforme calhasse, ele evidenciou tão pouca emoção que, por consenso comum, os cavalheiros o qualificaram de jovem patife empedernido e ordenaram ao Sr. Bumble que o levasse imediatamente.
Acontece que Oliver não era insensível, muito menos patife: apenas se apercebeu da sua situação, tanto que quando o Sr. Bumble o levava, o rapaz implorou, em lágrimas, que não o fizesse, que seria bom, que se sentia só... As suas súplicas não resultaram, já que Oliver foi parar na casa no Sr. Sowerberry, para desagrado da mulher do cangalheiro, onde lhe deram de comer uns restos de carne que o cão rejeitara – mas que para o rapaz constituíam uma iguaria (pois só comia papas ralas) – e o puseram a dormir entre os caixões.


Capítulo V

É um capítulo que descreve a relação de Oliver com os seus novos associados. A bem dizer, apenas o Sr. Sowerberry parece sentir algum afecto pelo rapaz, mas não se sabe porque o sente para estar em desacordo com a sua mulher ou porque sim: a mulher do cangalheiro julga-o um grande gasto, o seu colega aprendiz (Noah Claypole) inveja a sua habilidade para o ofício e Charlotte – neste capítulo – defende o pobre do Oliver.

Oliver assiste ao seu primeiro funeral, depois de ir à casa de uma família (obviamente chorosa) buscar o corpo, o que lhe causou uma grande impressão – talvez pela certa distância emocional que os envolvidos no trabalho técnico do enterro/funeral demonstravam.
No entanto, a necessidade de se apressarem não era tão grande quanto o Sr. Sowerberry supusera, pois quando chegaram ao obscuro canto do cemitério onde cresciam urtigas, e onde ficavam as sepulturas dos pobres da paróquia, o sacerdote ainda não aparecera – e o sacristão, que estava sentado junto do lume da sacristia, pareceu achar que não seria de modo algum improvável que ele se demorasse ainda uma hora, mais coisa, menos coisa. Por isso, depositaram o caixão à beira da sepultura e os dois familiares esperaram pacientemente, no solo barrento e húmido e debaixo de uma chuva fria e gelada, enquanto um grupo de rapazes esfarrapados, que o espectáculo atraíra ao cemitério, brincavam ruidosamente às escondidas, no meio das sepulturas ou, para variar, saltavam, de frente e de costas, por cima do caixão. O Sr. Sowerberry e o bedel, que eram amigos pessoais do sacristão, sentaram-se com ele ao calor do lume, a ler o jornal.
O distanciamento não fica por aqui. Por causa da chuva, deram uma manta à mãe da morta que, depois do caixão ter sido enterrado, a tiraram; e o viúvo, que ficou imóvel durante toda a cerimónia, acabou por desmaiar, tendo-lhe sido despejado um balde de água fria para o acordar – ao que depois todos seguiram para o seu lado e o cemitério foi fechado.
- Então, Oliver – perguntou Sowerberry, enquanto se dirigiam para casa – que tal te pareceu?
- Muito bem, obrigado, senhor – respondeu o rapaz, com grande hesitação, e logo confessou: - Não gostei muito, senhor.
- Ah, habituar-te-ás com o tempo, Oliver! Quando estamos habituados, não faz impressão nenhuma, meu rapaz.

Capítulo VI

Este é um capítulo relativamente curto. Oliver, passado um mês na casa do Sr. Sowerberry, torna-se oficialmente seu aprendiz e “teve muitas oportunidades de observar a bonita resignação e a coragem com que algumas pessoas de espírito forte suportavam as provações e as perdas.”

Noah maltrata Oliver, puxando-lhe o cabelo e as orelhas mas, não vendo qualquer efeito (ou seja, não vendo lágrimas no rosto de Oliver), decidiu encaminhar-se pela ofensa pessoal: ofendeu a mãe de Oliver (disse que ela era má peça).

Apesar dos avisos de Oliver para parar, Noah continuou a sua saga de ofensas, tanto que Oliver deu-lhe um enxerto de porrada, para sua surpresa. Ora, querendo prejudicar Oliver, Noah chamou pela senhora e pela Charlotte, que Oliver o estava a matar, que Oliver estava doido.
- Era mesmo, mesmo uma má peça, asilado – respondeu-lhe Noah, friamente. – E é muito melhor, asilado, que ela tenha morrido quando morreu, pois de contrário estaria a cumprir trabalhos forçados em Bridewell ou teria sido deportada ou enforcada... Esta última hipótese é mais provável do que as outras duas, não é?
Escarlate de fúria, Oliver levantou-se, derrubou a cadeira e a mesa, agarrou o outro pelo pescoço e, na violência da sua ira, sacudiu-o até os dentes lhe baterem. Depois, reunindo toda a sua força num único soco, atirou-o ao chão.
Um minuto antes, o rapaz parecera a criatura pacata, branda e triste em que os maus tratos o tinham transformado. Mas o seu temperamento despertara, finalmente, e o cruel insulto à mãe falecida incendiara-lhe o sangue.
As senhoras responderam ao apelo. Charlotte foi a primeira a chegar, agarrou Oliver e pôs-se a dar-lhe punhos, juntando-se-lhe a Sr.ª Sowerberry, que lhe arranhava a cara; entretanto, Noah levantou-se e dava-lhe socos nas costas. Quando, os três, se cansaram do exercício, puseram-no, à força, fechado na carvoeira (a qual pontapeava com força) e Noah foi, o mais rápido que pôde, chamar o Sr. Bumble.

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