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Oliver Twist: resumos dos capítulos I, II e III

14/09/2012

Como o resumo deste excelente livro ficou grande, decidi dividi-lo em posts, de modo a facilitar a leitura (depois haverá um post com as devidas hiperligações). Portanto, meus caros, preparem-se para uma maratona sobre Oliver Twist - prometo que não se cansarão do rapaz...

Nunca é demais avisar: o seguinte artigo contém spoilers. Muitos spoilers.

Ilustração de George Cruikshank, que representa Oliver a pedir mais comida, 
o que decidiu a sua sorte. Imagem encontrada aqui.


Capítulo I

Oliver nasceu, em condições precárias, num asilo de pobres. A sua mãe morreu algum tempo depois do parto, e não se acreditava que a criança fosse sobreviver por muito tempo (já que tinha dificuldade em respirar).
"Ora, se nesse breve período, Oliver tivesse estado rodeado por avós cuidadosas, tias ansiosas, enfermeiras experientes e médicos profundamente sábios, teria inevitável e indubitavelmente morrido num ápice. Mas como, porém, só estavam presentes uma velha indigente, que uma desusada quantidade de cerveja deixara com as ideias muito vagas, e um médico paroquial que se encarregava de tais trabalhos por contrato, Oliver e a natureza tiveram de resolver o problema só entre si."
Sobre as origens de Oliver, nada se sabe. A sua mãe foi encontrada caída na rua no dia anterior ao nascimento do filho e foi levada para o asilo. O médico pega na mão esquerda do cadáver e observa que não tem aliança – o que nos dá umas luzes sobre a condição do nascimento de Oliver e sobre o posterior desenvolvimento da história.


Capítulo II

Durante os oito ou dez meses seguintes, Oliver foi deixado a uma “situação de fome e desamparo”, caso que foi comunicado às autoridades paroquiais. Não havendo, porém, “nenhuma mulher que se encontrasse em condições de proporcionar a Oliver o conforto e o alimento de que ele necessitava”, a criança foi levada para um asilo subsidiário, onde estavam outras vinte ou trinta crianças.

A responsável por esse asilo, a Sr.ª Mann, recebia sete dinheiros e meio por cada criança, mas ficava com a maior parte desse salário para seu uso pessoal, deixando as crianças passar fome (dando-lhes o mínimo possível de comida) – não havendo daqui qualquer consequência para a senhora.

Havia, certamente, inquéritos paroquiais (e até queixas assinadas de paroquianos), mas “quando a junta paroquial aparecia, era certo e sabido que as crianças estavam arranjadas e limpas à vista… e que mais poderiam as pessoas querer?”
“Claro que não era de esperar que este sistema de «criação» produzisse resultados muito extraordinários e viçosos. Quando Oliver Twist fez nove anos, era uma criança pálida e magra, de estatura um tanto ou quanto diminuta e decididamente pequena quanto a circunferência. Mas a natureza, ou a hereditariedade, implantara-lhe no peito um espírito bom e robusto, um espírito que dispusera de espaço suficiente para se expandir, graças à frugal dieta do estabelecimento. Talvez se possa, até, atribuir a essa circunstância o facto de ele ter conseguido chegar ao nono aniversário. Mas, fosse como fosse, o certo é que naquele dia passava o seu nono aniversário e ele estava a comemorá-lo na cave do carvão na selecta companhia de dois outros jovens cavalheiros que, depois de compartilharem com ele uma valente tareia, ali haviam sido fechados por terem tido o grandíssimo descaramento de alegarem fome.”
Entretanto, chega o Sr. Bumble (o bedel) para levar Oliver outra vez para o asilo, tirando-o da “maldita casa onde nunca uma palavra ou um olhar bondosos tinham iluminado a tristeza dos anos da sua infância.” Todavia, o pobre rapaz não foi para melhor lar…

Oliver foi, então, apresentado à junta paroquial, onde ficou a saber que iria aprender um ofício, a começar no dia seguinte, às seis da manhã, a colher estopa. Foi depois levado para um dormitório, onde lhe coube uma “cama dura e tosca”.

Nesse mesmo dia, a junta decidiu que as refeições distribuídas gratuitamente constituir-se-iam de apenas “três refeições de papas ralas por dia, com uma cebola duas vezes por semana e meio pãozinho aos domingos”.

Esta notável decisão foi tomada porque a junta apercebeu-se de que o asilo era um lugar agradável, um lugar onde havia comida todos os dias do ano, não querendo as pessoas trabalhar.

Passaram-se seis meses desde a implantação deste novo sistema (que, a princípio, tornou-se caro, mas atingiu o objectivo de reduzir o número de beneficiados do asilo), quando, por sorteio, Oliver foi o escolhido dentre os seus companheiros para ir pedir mais comida. Fê-lo, e os responsáveis do asilo, bem como a junta paroquial, ficaram escandalizados com a sua ousadia.

Ficou decidido pela junta que o rapaz iria para o isolamento (uma sala escura) e colocou-se um anúncio na porta do asilo, a oferecer cinco libras a quem o levasse dali para fora.


Capítulo III

O isolamento de Oliver durou uma semana, onde lhe era permitido fazer as suas abluções matinais, ao frio, e com a bengala do Sr. Bumble a bater-lhe no corpo; era levado, dia sim, dia não, a almoçar com os rapazes, onde era “sociavelmente flagelado”, a título de exemplo; assistia todos os dias à hora das orações, onde ouvia uma reza (súplica) dos rapazes, que “continha uma cláusula especial, entretanto inserida pela autoridade da junta, em que rogavam a Deus que os fizesse bons, virtuosos, resignados e obedientes e os guardasse dos pecados e vícios de Oliver Twist”.

Entretanto, o Sr. Gamfield, um limpa-chaminés que devia precisamente 5 libras de rendas atrasadas, viu o anúncio e decidiu contactar a junta, que primeiramente não aprovou o negócio devido ao facto de o ofício do S. Gamfield ser perigoso.

Porém, o rapaz foi vendido por três libras e dez xelins. O Sr. Bumble levou-o junto de dois magistrados e do Sr. Gamfield, para tratar das questões legais e fechar finalmente o negócio, quando, por obra do acaso (ou destino, ou providência), o magistrado ancião, ao procurar o tinteiro que não estava no sítio habitual, deu de caras com a expressão aterrorizada de Oliver – não permitindo, então, que houvesse contrato.
“- Meu rapaz! – repetiu o ancião. – Estás pálido e pareces assustado. Que se passa?
- Afaste-se um bocadinho dele, bedel – disse o outro magistrado, ao mesmo tempo que punha de parte o jornal e se inclinava também para a frente, com ar interessado. – Anda, pequeno, diz-nos o que se passa, não tenhas medo.
Oliver caiu de joelhos e, apertando as mãos uma na outra, suplicou que o mandassem de novo para a sala escura, que o deixassem passar fome, que o espancassem, que o matassem, se quisessem... mas que não o mandassem embora com aquele homem horrível.”
Oliver foi mandado de onde viera e, novamente, fixou-se o mesmo anúncio do seu despacho.
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