Um dia destes encontrava-me a ver livros (sempre tendo na cabeça a ideia de que, efectivamente, não posso comprar mais livros) quando me deparei com o Lord Of The Flies, de William Golding.
O meu comentário para mim mesma, dito muito baixo, até porque estava sozinha, e com um sorriso estampado na cara, foi este: “Ah, é a música dos Iron Maiden!”. Fielmente assim, foi o meu comentário. Não foi um “Oh, este livro é tão famoso” ou “Já ouvi falar deste livro”, nem o meu tão típico “Parece interessante…”.
O comentário que fiz para mim mesma quando vi o livro só comprovou o facto de ele ser cativante e belo, porque, muito honestamente, não creio que os Iron Maiden fizessem uma música sobre um livro que seja mau.
Não foram raras as vezes em que eu comentei isto ao ver ou ler um livro pela primeira vez, é verdade. Pessoa ignorante como eu, não é de admirar que o meu primeiro contacto com certos livros seja através das músicas duma banda de heavy metal. Posso ser literariamente inculta, mas pelo menos tenho bom gosto musical.
Desviando o assunto da literatura por um momento: é por esta razão que gosto dos Iron Maiden (há mais motivos, mas não interessam para este texto e não me apetece enumerá-los), são cultos, gostam de ler e são talentosos o suficiente para fazer músicas sobre o que lêem.
Reconheço que seja difícil fazer músicas sobre o que se lê, e sei-o por experiência própria. Tentei fazer o dito engenho com “Juventude”, de Joseph Conrad, e o máximo que consegui fazer foi um belíssimo título: “Youth” que, curiosamente, é o título original do livro, pelo que não fiz quaisquer progressos...
Regressando aos assuntos literários: como os caros leitores puderam verificar, e como eu já disse anteriormente, existir músicas sobre livros é uma grande e esplendorosa ideia para incentivar a leitura. O que é realmente pena é que ninguém ouça os Iron Maiden e que a banda faça músicas sobre livros que ninguém lê (exactamente, os ditos clássicos)…