A narrativa é contada pela personagem principal que está num encontro, e vai contando o que passou em Angola, na Guerra Colonial portuguesa.
A linha da história vai se alternando entre o presente (o encontro) e o passado (as recordações de Angola).
Vemos o ódio que ele ganhou à guerra, ao que sofreu lá, as saudades da mulher grávida e depois da filha acabada de nascer, e da sua cidade, Lisboa.
Não percebe a guerra, e revolta-se ao ver todos os seus camaradas e a si próprio como simples números para os cães grandes que organizavam a organizavam, a pobreza de Angola, o cheiro a morte e o medo de morrer, de ver morrer os camaradas, e depois matar por vingança, sem dar muito bem por isso.
No entanto, ao voltar para Lisboa, descobre que a sua cidade já perdeu o seu encanto, é apenas uma cidade como qualquer outra.
Sofre de stress pós-traumático, divorcia-se e sente falta das filhas, tenta restituir a sua vida, mas ainda sente que está na guerra, pronto a ser morto, e não consegue habituar-se à vida rotineira.
No final, depois de tudo o que passou (a família queria que ele fosse para a guerra para realizar aquele estereotipo de “homem”) voltou para casa, e visitou as tias, mas estas, ao verem como estava fraco, declararam com rudeza que não tinha acontecido, que com ele não havia nada a fazer.
Todo o sofrimento e angústia tinha sido em vão.
A narrativa pode ser complicada de ler, pois o autor não usa a forma normal de indicar quando um diálogo começa, se bem que com um bocadinho de concentração, conseguem perceber.
As descrições são ricas e por vezes, macabras.
Se quiserem um resumo mais detalhado, têm aqui: Os Cús de Judas