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Os Cús de Judas, de António Lobo Antunes

18/09/2011

A narrativa é contada pela personagem principal que está num encontro, e vai contando o que passou em Angola, na Guerra Colonial portuguesa.

A linha da história vai se alternando entre o presente (o encontro) e o passado (as recordações de Angola).

Vemos o ódio que ele ganhou à guerra, ao que sofreu lá, as saudades da mulher grávida e depois da filha acabada de nascer, e da sua cidade, Lisboa.

Não percebe a guerra, e revolta-se ao ver todos os seus camaradas e a si próprio como simples números para os cães grandes que organizavam a organizavam, a pobreza de Angola, o cheiro a morte e o medo de morrer, de ver morrer os camaradas, e depois matar por vingança, sem dar muito bem por isso.

No entanto, ao voltar para Lisboa, descobre que a sua cidade já perdeu o seu encanto, é apenas uma cidade como qualquer outra.

Sofre de stress pós-traumático, divorcia-se e sente falta das filhas, tenta restituir a sua vida, mas ainda sente que está na guerra, pronto a ser morto, e não consegue habituar-se à vida rotineira.

No final, depois de tudo o que passou (a família queria que ele fosse para a guerra para realizar aquele estereotipo de “homem”) voltou para casa, e visitou as tias, mas estas, ao verem como estava fraco, declararam com rudeza que não tinha acontecido, que com ele não havia nada a fazer.

Todo o sofrimento e angústia tinha sido em vão.

A narrativa pode ser complicada de ler, pois o autor não usa a forma normal de indicar quando um diálogo começa, se bem que com um bocadinho de concentração, conseguem perceber.

As descrições são ricas e por vezes, macabras.

Se quiserem um resumo mais detalhado, têm aqui: Os Cús de Judas
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