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Folhetos de livros, Nora Roberts e literatura light

10/08/2011

*A relembrar que isto é somente a minha opinião. 

Imagem daqui.

Num belo dia, uma amiga minha advertiu-me, quase aos gritos demonstrativos de angústia, para eu não ler Nora Roberts. Primeiro, por causa das histórias lamechas (o que, por si só, já é muito detestável para mim), e depois devido a uma escrita simples. Sempre fiquei curiosa em saber o porquê de tantos gostarem da autora e de alguns não a suportarem – mas não formulei qualquer opinião até realmente ler algo escrito por ela.

Encontrei um panfleto do livro “Inocência Perdida” na casa da minha avó. Fazer panfletos de livros é uma coisa bastante útil, já que alguém pode conhecer e levar um bocado de livro consigo e, melhor ainda, um escritor é-nos apresentado.

Como nunca tinha lido nada da Nora Roberts, pensei “Porque não? É só um capítulo…”. Devo dizer que aprendi o que é literatura light com a escritora – e isto não lhe é exactamente um elogio…

Não entrarei em análises extensivas de um mero capítulo (para fazer análises tinha de ler o livro todo – coisa que dificilmente farei), porém não posso deixar de pensar em como a escrita de Roberts é muito simples. Demasiadamente simples.

E, palavra de honra, o problema não é a tradução – é mesmo a escrita em si (e eu, que não suporto uma escrita elementar). Eu não tenho intenções de ofender alguém, mas à medida que ia lendo o folheto fiquei com a impressão de que a senhora escreve por escrever. E todos nós sabemos que quando se faz uma coisa por fazer o resultado não é bom.

Chega-se, então, à conclusão do porquê do seu sucesso: simplicidade. As pessoas lêem mas não querem ler uma coisa muito difícil, que faz pensar, que faz reflectir. E quando mal existe tempo para respirarmos (louvada seja a respiração, que é autónoma), quer-se é ler uma coisinha que se leia à primeira – ou sou apenas eu que costumo parar a leitura e reflectir sobre o que foi lido? – e que demora não mais que uma ou duas semanas, no máximo.

Isto é possível com Nora Roberts. Não faz reflectir e o máximo que pude encontrar de alguma reminiscência filosófica no sobredito folheto foi “A jovem lamentaria ambas as experiências [relações amorosas que não duraram] com a intensidade que uma mulher lamenta os primeiros cabelos brancos. Sentia alguma raiva, amargura e até medo. Mas pintava por cima.”

É tudo uma questão de gostos, sei perfeitamente disso. Todavia, entristece-me que ninguém leia alguma coisa que faça reflectir. Porque reflectir uma vez por outra mantém o cérebro a funcionar correctamente – e os seres humanos não foram feitos somente para juntarem letra a letra e palavra a palavra até formarem uma frase que não tem qualquer significado.

(Sem ofensa…)
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