Máximo Gorki foi um escritor russo nascido em 1868. Para além de ser escritor, foi também dramaturgo, contista, e activista político, conhecido pela sua estética naturalista.
Três Contos é um livro que faz parte duma colecção de Verão que foi oferecida por um jornal (não me recordo qual…) há três anos. Como os leitores adivinharam, o livro conta com três histórias, sendo elas O Avô Arkhip e Lionka, O Jovem Pastor e a Fadazinha (Conto Valáquio) e Na Salina. Estas histórias estão presentes n’Os Vagabundos, uma das suas obras mais famosas.
De destacar, neste livro, o grande sentido de humanidade e, paradoxalmente, de quase indiferença do autor, ao retratar as classes mais baixas da população russa – facto que não é de estranhar, já que Gorki fez parte desse mesmo estrato social. Portanto, não se pode esperar nada mais, nada menos do que uma obra de crítica social e, não só, dotada de uma certa intemporalidade nessa mesma crítica/características sociais – pois já sabemos de antemão que a natureza humana não muda tão facilmente quanto isso.
É de destaque, igualmente, a estética naturalista do autor já referida acima. São bastante habituais as suas descrições do ambiente físico (como árvores, o céu, a chuva, o trovejar), ou seja, a natureza, e a simplicidade com que as faz.
Contudo, este livro não é de fácil leitura devido à sua densidade. Não que seja grande, não que seja extremamente difícil, mas é preciso uma atenção redobrada à escrita de Gorki, que mistura os retratos sociais com as impressões das personagens, com a natureza e com a acção da história. Não é motivo de preocupações, já que a pessoa não se perde no meio da narrativa.
Confesso, não fiquei perdida de amores por este livro de Gorki (que foi o primeiro que li dele), mas fiquei com uma certa ânsia de ler mais obras do autor. Porém, creio que seja um bom início para quem queira começar a ler Máximo Gorki.
*Imagem retirada da capa do livro.
*Imagem retirada da capa do livro.