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Carmen é uma história que ensina ao leitor dois factos essenciais sobre a existência humana: o primeiro, que um bandido pode ter um bom coração; o segundo, que se fazem grandes loucuras por amor.
A narrativa foi publicada em 1845, na Revue des Deux Mondes – uma revista de viagens – originalmente com apenas três de quatro partes, sendo Carmen uma espécie de história contida numa crónica de viagem a Espanha. Prosper Mérimée escreveu uma carta à condessa de Montijo, na qual revela que a narrativa foi inspirada numa história que ela lhe havia contado, numa ida do autor a Espanha.
A história contada pela condessa resume-se a um malfeitor ter matado a sua amada por ciúmes, mas como na altura Mérimée encontrava-se a estudar os ciganos, decidiu fazer a heroína da sua narrativa uma cigana. Assim, Carmen é uma história sobre uma cigana, que consegue fazer com que Don José, um soldado, se perca de amores por ela e, consequentemente, se torne contrabandista.
Carmen está dividida em quatro partes, sendo que as duas primeiras descrevem o encontro do narrador com Don José e Carmen, a terceira discorre sobre o romance do casal e, finalmente, a quarta parte tem pequenas considerações do autor sobre os ciganos.
A história começa, portanto, com a viagem do narrador a Espanha onde se encontra com Don José, confiando inteiramente nele (sem saber que se trata de um criminoso procurado) e onde, passado pouco tempo, encontra Carmen que lhe rouba o relógio.
Os amigos reencontram-se na prisão, quando o narrador visita Don José, prestes a ver cumprida a sua pena de morte. Assim, Don José conta-lhe como se tornou assassino, criminoso, contrabandista e ladrão à conta de um amor fervoroso por uma mulher – não perdendo, por isso, a sua dignidade e o bom coração, tentando, inclusive, que Carmen e ele levassem uma vida honesta.
Não há muito mais que dizer sobre a narrativa, a não ser que Don José mata Carmen por ciúmes (ou por amor), ao saber que a mulher não o ama mais. Depois do ato feito, entrega-se à polícia e a história acaba aqui.
Um livro muito bem escrito, com uma história bonita que serviu de inspiração para imensas adaptações, inclusivamente uma ópera bastante famosa (que não tem muito que ver com a história original).