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Regresso de Sherlock Holmes III, de Arthur Conan Doyle

09/10/2011

*Os resumos contêm spoilers.
*Os títulos das histórias são links para lerem as mesmas.
*Estas histórias fazem parte do conjunto de contos "Regresso de Sherlock Holmes". Na colecção da Global Notícias, é o volume 10 (Regresso de Sherlock Holmes III).

Watson, Holmes e Milverton

Charles Augustus Milverton – ora aqui está uma história que talvez merecesse mais umas dezenas de páginas a contá-la, porque é simplesmente extraordinária e viciante. Rectificando a minha ideia, a história está boa como está – e é talvez pelo facto de ser curta que a torna excepcional.

Sherlock Holmes espera Charles Augustus Milverton, um afamado chantagista de Londres, que ganha a vida a tornar a vida dos outros miserável. Holmes tenta apelar para o bom senso do chantagista, a pedido da sua cliente, Lady Eva Blackwell.

Em suma, Milverton tem em sua posse umas cartas que pode acabar com o noivado de Lady Eva e pede por elas um preço exacerbado de 7000 libras (quando a jovem pode somente pagar 2000). Holmes tenta convencer Milverton a aceitar o preço ou a devolver a carta, mas falha no seu intento.

Claro que o detective não se dá por vencido. Faz-se de canalizador e fica noivo duma criada de Milverton, conhecendo a sua casa como a palma da sua mão. Decide, então, invadir a casa e roubar-lhe as cartas.

E é aqui a história se torna verdadeiramente extraordinária. Holmes e Watson invadem a casa de Milverton e são bem sucedidos no que fazem. Essa mesma invasão está descrita duma forma tão exímia, que o leitor sente o nervosismo e o medo, como se estivesse ele próprio a quebrar a lei.

Porém, o carácter excelente da narrativa não termina por aqui. Holmes consegue arrombar o cofre mas, a meio do seu serviço, ouve Milverton a dirigir-se ao escritório, pelo que Holmes e Watson escondem-se atrás das cortinas.

Milverton estava à espera de uma senhora, cuja vida foi arruinada por ele. O homem ri-se na cara da senhora, dizendo que nada poderá fazer contra ele, contudo o que ele menos espera é que a senhora tire um revólver e que o mate. Quando a senhora deixou o escritório, Holmes pega nos documentos todos que estavam no cofre e queima-os. Tanto ele como Watson fogem da casa, e Watson quase que é apanhado.

No dia seguinte, Lestrade encontra-se com Holmes para que este o ajude a resolver o caso do assassinato de Milverton, mas o detective recusa, dizendo que está do lado do criminoso e não do da vítima. A bem dizer, justiça foi feita.


O Atleta Desaparecido – esta é outra história que faz parte do pequeníssimo grupo dos casos normais que Sherlock Holmes já resolveu. Um atleta desapareceu na véspera de um jogo e o capitão de equipa procura Holmes para ajudá-lo.

Holmes acaba por descobrir um telegrama que o rapaz enviara ao Doutor Leslie Armstrong, de Cambridge. Vai àquele consultório médico com Watson, mas o doutor nada lhe diz. Então, Sherlock e Watson acomodam-se num hotel em frente ao consultório (que coincidência agradável), e o detective põe-se a vigiar e a seguir o médico, sem resultado.

Sherlock Holmes, numa manhã, injecta essência de anis numa das rodas de trás da carruagem do médico e põe um cão de caça a seguir o rasto, que leva a ele e Watson a uma casa abandonada. Lá, ouvem um gemido e depois um grito. Seguem o barulho e deram de caras com uma jovem morta na sua cama e o atleta desaparecido.

Nisto, aparece Armstrong, que ficou furioso com Holmes mas, ao aperceber-se da sua boa intenção, conta-lhe o sucedido: o atleta, na sua época em Londres, apaixonou-se e casou-se com uma rapariga, mas nada contou ao seu tio – caso contrário perderia a herança.

A sua mulher ficou doente, com tuberculose, mas o médico não lhe revelou o facto. Contudo, o pai da jovem foi avisar o seu marido, que foi a correr ao encontro da mulher e ficou de joelhos, ao lado da cama, até a jovem falecer.
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