Este é um livro de recordações do autor, que, usando uma personagem, Diogo, relembra a sua juventude.
Tomaz de Figueiredo |
Vai-se recordando de um episódio em que a família se reuniram para ver um cosmorama que uma tia trouxe. E com isso, o narrador vai-se recordando daqueles tempos, em que era feliz. Enquanto vai vendo o cosmorama, vai lembrando-se de histórias que lhe contavam, das pessoas, etc.
O livro é uma forma de o autor tentar sentir-se menos sozinho, como refere em várias passagens do livro (ok, são só duas), e o grande arrependimento de não ter tido mais tempo com os seus entes queridos. Parece que teme a passagem do tempo, e sente-se aconchegado lembrando quanto tinha 16-17 anos.
No entanto, não deixa de ser engraçado, pois há algumas histórias cómicas, que alguns parentes ou conhecidos fizeram, que, pelo menos, merecem um sorriso.
"(Essa tal dos Ilhapos já eu lha conheço. É uma terra que ele inventou, mas quem é que o atrapalha?!... Perguntei donde eram os Ilhapos e ele respondeu-me que da Ilhapia!)"
[...]
"Perdia-se o pai por debicar com todos os filósofos de casta desse Zé, mas como ele em primeiro, que nenhum lhe passava as lamas. (Eu quero é tirar a limpo o que será o Niquefum... Sempre inventa cada palavra [o Zé], aquele trapalhão! - Quer ouvir, senhor, quer ouvir?... Uma noite ia eu muito descansado por um caminho fora, quando sinto um ventinho assim tal e qual uma espada, muito frio, a passar-me entre o braço e o corpo: zzzzz... Virei-me logo, mas qual eu ver alguma coisa, e mais dava um luar que alumiava quanto o sol... Era o Niquefum.)"
A leitura pode ser um pouco difícil, pois usa vocabulário que já não é corrente. Os diálogos são introduzidos com parênteses,o que por vezes pode confundir.