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Contos Memórias (vários autores)

07/09/2014

*Este livro faz parte da colecção Biblioteca de Verão (2011), do DN/JN.
*O texto tem spoilers.

Memory Flames, de Leonid Afremov. Encontrado aqui.

Putois, de Anatole France

«E não é essa existência imaginária também ela uma existência?»

Uma história extraordinária sobre a crença do ser humano. Uma senhora, para se livrar de um jantar enfadonho, inventa que não pode comparecer a esse jantar porque Putois irá tratar do seu jardim. A partir daqui, todo um imaginário se forma na cidade, atribuindo-se crimes e qualidades decentes a essa personagem inventada. Efectivamente, Putois é real, pois existe no imaginário de várias pessoas. Este conto pode ser tido como uma analogia para descrever a religião e a crença.


Aquele sol poente, de William Faulkner

«Ele diz qu’eu acordei o diabo qu’ele tem no corpo, e que só há uma coisa capaz de o pôr a dormir outra vez.»

Uma história que trata essencialmente do medo. Em suma, uma empregada não quer sair da casa dos patrões por ter medo de ser assassinada. Todo o conto discorre sobre o medo, a ansiedade, o pavor de sentir que o nosso momento está a chegar. O final é inteiramente aberto: não sabemos se a empregada foi assassinada ou se conseguiu adiar a sua hora.


A cigarra e a formiga, de Somerset Maugham

«Não atribuo a uma hipotética perversidade da minha parte, mas antes à inconsequência própria da infância – totalmente destituída, como é, de consciência moral – nunca ter sido capaz de me render a esta lição. A minha simpatia ia toda para a cigarra.»

Esta história trata sobre a injustiça. Um homem trabalhador e honesto consegue juntar dinheiro (uns milhares de libras) para viver uma reforma agradável. O seu irmão, um homem errante, libertino, quase criminoso, casou-se com uma mulher que tinha idade para ser sua mãe; a mulher morreu pouco depois do casamento e deixou a sua milionária fortuna ao seu marido. Em poucas palavras: um trabalhou a vida inteira para ter uma existência modesta, o outro teve sorte. Uma lição inteiramente diferente da conhecidíssima fábula A Cigarra e a Formiga – estaria La Fontaine a par do funcionamento do mundo?
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