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Considerações sobre Sherlock Holmes (e as minhas anotações) - parte 1

15/01/2012


Comecei a ler as histórias de Arthur Conan Doyle com o famosíssimo detective recentemente, e posso afirmar que nunca antes pequenas histórias me cativaram de uma maneira impressionante como estas. Fiquei fã de Sherlock Holmes, e não foi no autocarro, como fiquei fã dos Megadeth, que isso aconteceu – mas isto, por ora, não interessa.

Como sou uma leitora atenta ao que leio, e por isso mesmo demoro mais tempo a ler, sem me preocupar se ler o mesmo parágrafo duas ou três vezes, é normal que os pormenores das histórias de Holmes me interessem, e que me interessem também as características do detective.

Portanto, decidi reunir algumas considerações que fui fazendo no meu bloco de notas (ainda não uso ipads nem tecnologias parecidas) ao longo das minhas leituras de Sherlock Holmes. Claro que as minhas anotações são anotações de principiante, mas o meu objectivo não é fazer um tratado ou um ensaio sobre Holmes, mas apenas reunir alguns pensamentos sobre o detective e ocupar o meu tempo – pois escrevo isto a um domingo e o domingo é, por norma, um dia entediante (se bem que para mim, qualquer dia é entediante…).

1. Todos nós sabemos que Um Estudo em Vermelho foi onde tudo começou, isto é, onde Watson conhece Holmes e onde o detective nos é apresentado. Porém, foi A Tragédia do Gloria Scott o primeiro caso que Sherlock resolveu. Bem, Holmes não resolve nenhum caso, na verdade, tudo o que ele faz é desvendar uma mensagem. Todavia, esta história é importante porque Sherlock foi incentivado a seguir a profissão de detective e teve um primeiro contacto com a mesma. Notem na lição de vida: seguir uma profissão na qual as nossas manias se adeqúem: só pode dar bom resultado!

2. Watson, de maneira diligente, como costume, descreve-nos as capacidades de Holmes. Descreve-o não sendo propriamente sábio no que toca a filosofia, política ou literatura, por exemplo. Todos sabemos de antemão que Sherlock só sabia o que lhe interessava para o exercício do seu trabalho, mas é interessante verificar que, mesmo sendo inculto em assuntos literários, cite escritores como Flaubert e Goethe.

3. As deduções de Holmes podem parecer-nos bastante inverosímeis e nós, enquanto leitores, ficamos muitas vezes no papel de Watson – que no princípio não entende como o detective deduz os factos, mas com o passar do tempo apanha-lhe o jeito. Nós, humildes leitores, não temos oportunidade de deduzir porque não nos é dada a oportunidade de observar. O que acontece é que, na história, Holmes observa e deduz, mas só depois é que revela o que observou e como deduziu. Conan Doyle, inteligentemente, faz Sherlock deduzir e só depois revelar o que observou, impressionando sempre o leitor (pelo menos a mim):

Sabe, caro Watson, não é difícil fazer uma série de deduções, cada qual dependendo da sua antecedente e cada qual simples em si mesma. Feito isto, se se derrubarem as deduções centrais e se apresentarem à audiência um ponto de partida e logo a conclusão, isso pode produzir um efeito surpreendente, embora, com toda a certeza, demasiado vistoso. (…) De facto! Todos os problemas se tornam infantis depois de explicados. (Os Dançarinos)

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