
“Uma coisa é estar rodeado de tretas. Outra completamente diferente é que nos f… o juízo. A primeira é irritante, mas a segunda é violenta e invasiva (excepto quando consentida). Se alguém lhe manipular os pensamentos e as emoções, lixando-lhe a cabeça, é natural que fique ressentido: o indivíduo em questão distorceu as suas percepções, perturbou os seus sentimentos, talvez até lhe tenha usurpado o Eu. A psicofoda é um aspecto predominante da cultura contemporânea e o agente que a pratica tanto pode ser um indivíduo como todo um Estado, dos jogos de manipulação pessoais até à propaganda em grande escala. Em Não me F**** o Juízo, Colin McGinn investiga e clarifica este fenómeno. (…) Até que ponto já lhe f… o juízo? Não será fácil responder a partir do seu ponto de vista, mas estar ciente do fenómeno dá-lhe pelo menos alguma protecção.”
E é exactamente sobre f… o juízo que este livro trata, de uma maneira clara que nos permite ficar elucidados sobre o conceito.
Antes de mais, é importante referir que f… o juízo não é chatear, é manipular a pessoa, mudar as suas percepções e concepções. Em suma, f…-nos o juízo quando mudam a nossa maneira de ver o mundo (quando descobrimos, por exemplo, que um nosso amigo não é, afinal, tão amigo quanto isso). Posto isto, há que referir agora que nos podem f… o juízo duma maneira positiva e o exemplo disto é a ciência, que muda a nossa visão do mundo (no sentido da verdade).
Se nos f… o juízo no sentido da verdade, é duma maneira positiva, dado que não nos estão a manipular. Outro aspecto curioso sobre f… o juízo é que nós deixamos que nos façam isto, ainda que inconscientemente. Somos “frágeis”, por assim dizer, e não estamos completamente cientes das técnicas de manipulação, pelo que “deixamos” que nos manipulem. Não somos os culpados disto, somos as vítimas até, mas fazemos parte do processo.
Ao longo do livro, estas e outras considerações vão sendo desenvolvidas com exemplos pertinentes que nos ajudam a entender melhor a “arte de f… o juízo.” Porque f… o juízo perfeitamente é mesmo isso, é arte, pois não é qualquer pessoa com pouca experiência neste assunto que nos vira do avesso.
Este livro de Colin McGinn é importante ser lido, já que trata de um dos problemas mais graves dos dias de hoje, como já foi dito acima. Ajuda-nos a perceber melhor a psicofoda e, assim, a evitá-la.