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2013 revisitado e perspectivas para 2014

05/01/2014

Imagem encontrada no Book Riot.
Feliz 2014 para os leitores! Mais um ano que passou, mais livros que foram lidos e mais livros que ficaram por ler - aliás, o nosso destino é sempre o mesmo, morreremos sem ler todos os livros que queremos ler. É normal, nos blogues deste género (e de qualquer outro), e nesta época, fazer-se uma review do ano que passou, quanto mais não seja para se saber a quantas andamos.

Livros lidos: foram 26, mais concretamente 26 e meio, porque a outra metade ficou para ser lida neste mês de Janeiro. Há quem leia cerca de 50 livros por ano, há quem leia 100, há mesmo até quem leia, milagrosamente, mais de 150.

Normalmente, leio cerca de 30 livros por ano (mais coisa, menos coisa), pelas mais variadas razões: uma delas, porque leio num ritmo normal, parando sempre que me apetece para sublinhar, fazer anotações e reflectir sobre o que lá está escrito, por vezes passando mais tempo a pensar do que a ler. Aliás, eu tenho a convicção de que um livro, para além de ser lido, deve ser apreciado.

Em 2013 li alguns livros que estavam em lista de espera, parte deles uns cartapácios de centenas de páginas, para além de ler imensos artigos sobre as matérias que estudei. Aqui, enfim, apenas entram na conta os livros que leio por prazer, porque os que leio por obrigação académica não valem a pena ser referidos (mais uma vez, tendo em conta a teoria de que o livro deve ser apreciado).

Livros preferidos:
  • Contos Escolhidos de Guy de Maupassant: Como o nome dá a entender, é um pequeno conjunto de contos de Maupassant. Na sinopse do livro está escrito que “esta recolha procura dar a conhecer aos leitores portugueses a maravilha que é a prosa deste grande escritor do século XIX”. É preciso haver indivíduos com este tipo de boa vontade que ponham as pessoas a ler alguma coisa de jeito (recensão aqui).
  • Correspondência, de Eça de Queirós (vol. I e II): como o título indica, é o conjunto da correspondência profissional e pessoal do autor. São dois volumes muito bem conseguidos, estando as cartas organizadas cronologicamente. Tem notas e artigos pertinentes do coordenador dos volumes, Alfredo Campos Matos.
  • Dez Mil Milhões, de Stephen Emmott: um livro que explica, em termos científicos e claros, os problemas do sobrepovoamento (recensão em breve).
  • História de Duas Cidades, de Charles Dickens: um dos melhores livros do autor, que explora os problemas sociais vividos antes e durante a Revolução Francesa através de uma história de amor e de vingança (recensão em breve).
  • Húmus, de Raul Brandão: húmus, segundo o dicionário de língua portuguesa, é a «camada superior do solo, composta especialmente de matéria vegetal decomposta ou em decomposição». Neste livro, de cariz existencialista, a premissa é a de que a vida não passa de húmus, superficial e em decomposição – uma coisa insignificante, sem importância. Em suma, é um livro que procura qual o significado da nossa existência (recensão em breve).
  • O Homem Duplicado, de José Saramago: inquietante seria, talvez, um adejectivo correcto para descrever a história de um homem que perde a essência do seu ser ao descobrir um outro homem em tudo igual a si: um perfeito duplicado, uma obra magistral da natureza (recensão aqui).
  • Os Demónios, de Dostoiévski: o livro retrata as acções de um grupo revolucionário que tenciona mudar o sistema e tomar o poder, sendo necessário, para o efeito, a união e a confiança que os membros do grupo têm entre si. A determinada altura, essa união é posta à prova através do assassinato de um dos membros desse grupo (que queria sair). A questão do livro é precisamente essa: o quão longe vai o ser humano na perseguição dos seus ideais?, quanto mal se pode fazer para atingir o bem? (recensão aqui)
  • Os mortos mandam, de Vicente Blasco Ibañez: uma história de amor que gira à volta da premissa de que os preconceitos (criados pelos que já estão mortos há bastante tempo) mandam na nossa existência, controlam os nossos actos, vigiam os nossos pensamentos. Mas será realmente assim? (recensão aqui)
  • Todos Os Nomes, de José Saramago: em poucas palavras, este é um livro que relata a história de um funcionário da Conservatória Geral do Registo Civil que procura obstinadamente uma mulher que nunca viu na vida, conhecendo apenas o que consta no verbete do seu registo - que, acidentalmente, foi parar às mãos do Sr. José, o dito funcionário (recensão aqui).

Perspectivas para 2014: não é de meu costume planificar leituras para o ano inteiro (apenas fiz isso uma vez, mas confesso que os resultados não foram maus), até porque prefiro conjugar o tamanho e a dificuldade dos livros com o tempo que tenho disponível. De qualquer maneira, traço planos de leitura superficiais, que mais não são do que a minha intenção de ler este ou aquele livro.

Tomei duas resoluções literárias para este ano novo. Uma delas, é não comprar livros até Maio. A outra, passa por ler, finalmente, Guerra e Paz, de Tolstoi (que tenho em lista de espera há uns bons anos). Se eu conseguir cumprir estes objectivos - e acredito que o consiga fazer - posso dar-me por contente, e o resto será bónus.

Depois de algumas pesquisas, deparei-me com alguns desafios literários que me parecem ser bem interessantes (mas dos quais não irei fazer parte porque, enfim, não sou de planificar leituras nem de ler por obrigação). Sugiro dois (as páginas são em inglês):
  • Russian Literature 2014: um desafio com vários níveis, que passa por, precisamente, ler algum autor russo ou então ler uma história que se passa na Rússia.
  • The 2014 TBR Pile Challenge: um desafio que consiste em ler, pelo menos, 12 livros que estão em lista de espera há mais de um ano. Óptimo para quem quer "despachar" essas leituras em atraso.
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