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Um Estudo em Vermelho, de Arthur Conan Doyle

27/06/2011


Já muitos outros têm desejado saber como é que ele descobre as coisas. Aposto que ele há-de descobrir mais coisas a seu respeito do que você a respeito dele.

O mundo ficou a conhecer Sherlock Holmes em 1887 e, desde aí, tornou-se um lugarejo melhor. Talvez não tivesse ficado um lugarejo melhor, mas por certo que ficou mais interessante.

Como todos nós sabemos, e nunca é demais repetir, Um Estudo em Vermelho foi, como se costuma dizer, onde tudo começou. Por outras palavras: a primeira história de Sherlock Holmes e do seu fiel companheiro Dr. Watson.

E como é que exactamente isso começou? Quando o Dr. Watson regressa do Afeganistão e procura casa em Londres. Por acaso, encontra um amigo seu que, por acaso, conhece Sherlock Holmes que, por acaso, procura alguém para dividir as despesas dum apartamento. Vejam, os acasos ajudam imenso uma pessoa. E é assim que o 221-B da Baker Street se torna famoso.

Novamente, a história é-nos contada por Watson. E, talvez pelo facto de esta ser a primeira história, grande parte dela é centrada nas descrições de Sherlock Holmes: dos seus métodos (que Watson acha uma barbaridade até ser confrontado com eles), dos seus conhecimentos, da sua presunção, da sua personalidade, do seu génio, como ninguém lhe reconhece o mérito…
“- Veja – explicou-me: - Considero o cérebro de um homem como sendo inicialmente um sótão vazio, que você deve mobilar conforme tenha resolvido. Um tolo atulha-o com quanto traste vai encontrando à mão, de maneira que os conhecimentos de alguma utilidade para ele foram soterrados ou, na melhor das hipóteses, tão escondidos entre as demais coisas que é difícil alcançá-los. Um trabalhador especializado, pelo contrário, é muito cuidadoso com o que leva para o sótão da sua cabeça. Não quererá mais nada além dos instrumentos que possam ajudar o seu trabalho; destes é que possui uma larga provisão, e todos na mais perfeita ordem. É um erro pensar que o dito quartinho tem paredes elásticas e pode ser distendido à vontade. Segundo as suas dimensões, há sempre um momento em que para cada nova entrada de um conhecimento a gente esquece qualquer coisa que sabia antes. Consequentemente, é da maior importância não ter factos inúteis a ocupar o espaço dos úteis.”
A história da investigação começa quando encontram um corpo numa casa vazia, sem ferimentos, sem sinais de luta, apenas com manchas de sangue e a palavra RACHE escrita na parede. Gregson, que está a resolver o caso com Lestrade, pede a ajuda de Holmes. Um problema intrincado? Não para Holmes.
… um estudo em vermelho, não? Por que não usarmos um pouco a linguagem artística? Na meada incolor da vida corre o fio vermelho do crime, e o nosso dever consiste em desenredá-lo, isolá-lo e expô-lo em toda a sua extensão.
Arthur Conan Doyle inspirou-se, talvez, em Dupin, de Edgar Allan Poe (considerado o primeiro detective literário, que tinha o bom senso de reparar nos mais ínfimos pormenores) e essa mesma referência é feita no livro:
- Você faz-me lembrar o Dupin, de Edgar Allan Poe. Não fazia a menor ideia de que tais pessoas existissem na vida real.
O livro está dividido em duas partes, sendo a primeira relativa à investigação de Holmes e à captura do assassino, e a segunda a história do assassino e da vítima e como Holmes o apanhou.

Mais um caso resolvido por Sherlock Holmes. 

*Imagem retirada do Google.
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